ANÚNCIOS GRÁTIS
ARTIGOS
CHAPEUZINHO VERMELHO
Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta,
uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão
graciosa quanto valiosa.
Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe
costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma
belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e
os olhos negros da menina.
Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber
de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os
moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho
Vermelho”.
Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros
parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia
mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata.
De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre
levavam alguns mantimentos.
Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das
quais a avó gostava muito mas, quando acabou de assar os
quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para
andar pela floresta e levá-las para a velhinha.
Então, chamou a filha:
— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para
a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias
ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de
cozinhar.
— Vou agora mesmo, mamãe.
— Tome cuidado, não pare para conversar com
ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há
muitos perigos na floresta!
— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe.
A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou
também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A
vovó gostava de comer as broinhas com manteiga
fresquinha e geléia.
Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A
mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se
ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos
machados dos lenhadores.
A menina ia por uma trilha quando, de repente,
apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e
olhos brilhantes.
Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que
ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num
bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de
lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu
usar de astúcia.
— Bom dia, linda menina
— disse com voz doce.
— Bom dia
— respondeu Chapeuzinho Vermelho.
— Qual é seu nome?
— Chapeuzinho Vermelho.
— Um nome bem certinho para você. Mas diga-me,
Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só?
— Vou visitar minha avó, que não está muito bem
de saúde.
— Muito bem! E onde mora sua avó?
— Mais além, no interior da mata.
— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho.
— Numa casinha com as venezianas verdes, logo
após o velho engenho de açúcar.
O lobo teve uma idéia e propôs:
— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos
fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por
aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este.
Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta.
— Um, dois, três, e já!
— gritou o lobo.
Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo
escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito
para alcançar a casinha da vovó.
Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas
enormes patas.
— Quem é?
— perguntou a avó.
O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder:
— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em
casa, um vidro de geléia e manteiga fresca.
A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu:
— Puxe a tranca, e a porta se abrirá.
O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só
pulo e devorou a pobre avozinha, antes que ela pudesse gritar.
Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das
cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho.
A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha
esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro.
Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era
atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava
observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo.
Parou um pouco para colher um maço de flores do campo,
encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu
atrás de uma joaninha.
Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve
na porta.
— Quem está aí?
— perguntou o lobo, esquecendo de
disfarçar a voz.
Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com
a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda
estava gripada.
— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo
broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha!
Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa
antes de responder:
— Puxe o trinco, e a porta se abrirá.
Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta.
O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando
aparecer a touca que a vovó usava para dormir.
Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no guardacomida,
minha querida netinha, e venha aqui, até minha cama.
Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um
pouquinho.
Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo
das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo,
estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi
reparando:
— Oh, vovozinha, que braços longos você tem!
— São para abraçá-la melhor, minha querida menina!
— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem!
— São para enxergar também no escuro, minha
menina!
— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem!
— São para ouvir tudo, queridinha!
— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem!
— É para engolir você melhor!!!
Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num
movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho.
— Agora estou realmente satisfeito
— resmungou o
lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de
retomar meu caminho.
Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem
quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já
roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos
barulho.
Algumas horas mais tarde, um caçador passou em
frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só
como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma
espiada.”
Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu?
O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga
parecendo um grande balão!
O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava
procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e
cordeirinhos.
— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira
terminou. Já vai ver!
Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para
atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se
mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó,
sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu
ainda possa ajudar!”.
Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar,
bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda
adormecido.
Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano
vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira,
Chapeuzinho Vermelho pulou fora.
— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter
me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro…
Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar
minha avó, que o lobo comeu antes de mim.
O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da
barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada,
meio sufocada, mas viva.
— E agora?
— perguntou o caçador.
— Temos de
castigar esse bicho como ele merece!
Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do
córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas
e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem
direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os
cortes que havia feito.
Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre
as árvores e aguardaram.
Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no
estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi
beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que,
quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo
do córrego.
O caçador foi embora contente e a vovó comeu com
gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si
mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não
pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu
caminho”.
Artigos Anteriores:
Guia São Vicente - Seu Anúncio na Internet - Mapa do Site
Copyright© 2024 - Todos os Direitos Reservados - Parceiros
hotel | pousada | imoveis | informática | motel | diversao | bares | pizzaria | Aquário | cinema | turismo | clube | flores | cestas | estética | chopp | churrasco |
Copiadora, Plotagem, Recarga de Cartuchos Creches Municipais Lanches & Lanchonetes Gás Jardinagem Correios Paisagismo Antenas e Receptores de TV Pedras Ar Condicionado Roupas - Aluguel Oticas Celulares, Tablets, Smartphones Bicicletas - Comercio, Peças e Acessórios Redes de Proteção Medicina & Saúde Clínicas de Estética Tapeçaria Centro Automotivo Advogados